O poder de mostrar o resultado

Como o SAS Brasil está levando telemedicina para comunidades socialmente vulneráveis com 100% de apoios vindos de pessoas físicas

Se a orientação durante a crise é ficar em casa, como vamos estender a mão a quem mais precisa? A SAS Brasil pensou em uma maneira e está contando com a força da comunidade do Catarse – e com alguns aprendizados estratégicos – para isso.

Desde o ano em que foi fundada, em 2013, a associação sem fins lucrativos SAS Brasil ("Saúde e Alegria no Sertões") utiliza o financiamento coletivo como uma das frentes de captação de recursos para viabilizar expedições de saúde, educação e entretenimento para comunidades do interior do país. Eles já financiaram por meio do Catarse oito ações, que atenderam a comunidades do nordeste, centro-oeste, norte e a algumas situações de emergência, como as dos moradores de Mariana e Brumadinho (MG), atingidos pelos rompimentos de barragens das mineradoras Samarco e Vale, respectivamente.

A SAS Brasil atua em comunidades do interior do país desde 2013 com ações de saúde, formação e arte

Dessa vez, eles estão no ar com a campanha SAS Brasil e a Covid-19, que pretende oferecer atendimentos em telemedicina para comunidades socialmente vulneráveis, a exemplo da favela Jardim Colombo, em São Paulo, e de jovens que cumprem medida socioeducativa em 12 centros da Fundação CASA no Vale do Paraíba, onde as teleconsultas já estão em andamento. A meta da campanha, de R$ 348.080,00, prevê o atendimento de cerca de 80 mil pessoas a médio prazo. Desde o dia 14 de abril já começaram os atendimentos médicos e psicológicos e a equipe de voluntários não para de crescer.

Pela primeira vez optando pela modalidade Flex, o diretor do SAS Brasil Sávio Mourão conta que nem por isso a pressão sobre a equipe da campanha diminuiu. Pelo contrário: "sabemos que precisamos botar pilha para conseguir os recursos necessários já que os atendimentos precisam acontecer".

Com a missão de sempre agir ou propor ações em situações de calamidade, o SAS Brasil está acostumada a se movimentar rápido e a botar a mão na massa. "Na época do rompimento da barragem em Mariana, por exemplo, a nossa diretora Adriana entrou no carro, foi pra lá e começou a ajudar as pessoas a tirar as coisas da lama. Depois fomos estruturar a campanha e as ações", conta. Com a crise do novo coronavírus, foi semelhante. "Ainda no início de março, no momento em que entendemos que o vírus chegaria ao Brasil, percebemos que tínhamos potencial para propor uma ação e começamos a estruturar uma operação de telemedicina, que foi autorizada pelo Senado no dia 31/03", conta Sávio, que também é biólogo e entende o impacto cruel que a pandemia pode ter nas periferias brasileiras.

Os atendimentos em telemedicina à comunidade de Jardim Colombo (SP) começaram no dia 14 de abril

O objetivo da campanha atual é portanto oferecer assistência médica e psicológica em 3 diferentes modalidades: teleconsulta (realizada entre o profissional de saúde e o paciente), teleorientação (para tirar dúvidas e aconselhar sobre riscos e procedimentos relacionados à saúde, higiene, cuidados etc) e telemonitoramento (para casos específicos de suspeita de contágio pela COVID-19 mas que ainda não tenham indicação de internação). O serviço vai contar com médicos de cinco especialidades: pediatria, gineco, oftalmo, dermato e infectologia, além de psicólogos.

Segundo Sávio, uma das formas mais importantes e eficazes de angariar apoiadores é ser transparente e apresentar os resultados concretos do trabalho da equipe em números, fotos e vídeos de quem já participou ou foi atendido em ações anteriores do projeto. "Os apoiadores realmente fazem questão de ver o que você fez. Eles se importam e valorizam, inclusive financeiramente, quando você mostra os resultados. Captação de recursos precisa andar junto com execução", explica.

Também têm sido importantes para a campanha as condições especiais que o Catarse disponibilizou para projetos com o foco no combate à COVID-19, como pagar ao Catarse uma comissão livre. "Essas condições atraíram um dos maiores apoios individuais que tivemos até agora, de uma pessoa que doou R$ 5mil, e também nos deram segurança para focar no nosso trabalho", conta o diretor.

Para quem não tem acesso à comunicação digital, os voluntários do SAS Brasil realizam a ponte médico-paciente em ações dentro da comunidade

Outro dado importante é que, desde o início do ano, cerca de 95% das doações que a SAS Brasil recebeu vieram de pessoas físicas (os recursos da associação costumam vir, em média, metade de empresas e metade de doadores individuais). Na campanha atual no Catarse, por exemplo, 100% dos apoios vieram de pessoas físicas até agora. "É muito gratificante olhar a lista de apoiadores e ver chegarem apoios da rede do financiamento coletivo mesmo, de pessoas novas, que não conhecemos. Tem gente que apoiou com R$ 10, sabe? Todo valor é importante, lógico, mas é pra essas pessoas, que doaram uma parte do pouco que têm, que eu faço questão de agradecer e de enviar todos os nossos materiais mostrando o resultado", diz o diretor.

A campanha SAS Brasil e a Covid-19 já está salvando vidas em Jardim Colombo e segue aberta. Se você puder participar, será muito importante. Se não der agora, visite a página e compartilhe com seus amigos. Toda forma de apoio é valiosa.

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